A criança pequena, em geral, não é muito fã de comida. Depois do primeiro ano de vida perde ainda mais o interesse pelos alimentos. Ela está em uma nova fase, novas descobertas, um mundo novo a explorar, e comer passa a ser perda de tempo pra ela.
É bom lembrar que a criança só come quanto tem fome, e pára quando ela termina. Nada parecido com os adultos que comem sem fome, quando está gostoso, quando estão felizes, quando estão tristes, se estão numa festa, ou quando sabem que vão demorar degustar determinado preparo novamente…. o famoso “comer pra aproveitar”, isso é um hábito nosso! Adquirido ao longo dos anos, comendo errado.
Como a alimentação é uma parte muito importante na saúde da criança, a recusa alimentar assusta. Nesse momento, é respirar fundo e ver a situação como um todo. Afinal a mãe está ensinando à criança hábitos alimentares que podem ajudá-la a se virar sozinha mais tarde, e este comportamento na maioria das vezes é normal entre as crianças.
Por isso, nesta fase, elas estão tentando deixar claro que querem ser independentes e que podem tomar conta de si. Além disso, seu corpo está passando por um padrão de crescimento que a aproxima da constituição física que terá no futuro. O bebê rechonchudo, de pais magros, começa a ficar mais parecido com o resto da família. E, dar um valor especial ao hábito alimentar, ou seja gostar muito de comer é uma característica individual, assim como outras que nos definem como pessoa.
Mas, e a falta de apetite pode ser algo sério? Mudanças bruscas de comportamento e de peso devem sim levar a uma investigação maior. Ou seja, se a criança comia bem e, repentinamente recusa os alimentos que antes apreciava, procure um pediatra que deve investigar o caso como um todo, e para isso solicitará exames necessários para um diagnóstico correto.
Preocupada com uma baixa ingestão pelo pequeno?
Na consulta ao pediatra peça uma boa explicação da curva do crescimento e que ele solicite um exame de sangue completo. Se os níveis estiverem bons para que se preocupar?
Isso mostra que seu filho, como um “ser humaninho” sábio que é, come exatamente a quantidade que precisa para manter-se vivo e saudável.
Exagerar na oferta pode ser ruim? Muito
Trocas, castigos, presentes em troca de mais garfadas apenas fará ele a comer por outros motivos que não são fome real, associando comer há motivos errados, isso o fará perder aquele instinto natural de fome e saciedade que o mantém saudável.
Aquele que muitos de nós adultos perdemos há muito tempo… e por isso temos tanta dificuldade de emagrecer,
Lembre-se, recusa ou um interesse menor pela alimentação é uma fase, mas, se mal conduzida pode mudar toda uma forma de se relacionar com o alimento, e transformar uma criança saudável em um indivíduo com risco de obesidade.
“´É fácil ser saudável”
Dra. Ana Paula Marchioro Mattiello Brabona – CRN 5302
Nutricionista na Prefeitura Municipal de Prudentópolis
