Educar uma criança é uma tarefa muito importante, não é mesmo? Todos nós queremos que nossos filhos se deem bem com o conteúdo escolar e que saiam da escola preparados para a vida. Afinal, de que adianta ir bem nas provas e não estar em sintonia com o mundo à nossa volta? Justamente pensando em juntar o aprendizado de conteúdo à vivência do mundo, surgiu a pedagogia Waldorf.
Esse método já tem quase cem anos e é considerado inovador até os dias de hoje. Neste artigo, vamos contar tudo o que você precisa saber sobre a pedagogia Waldorf e como ela vai ajudar o seu filho a ter uma educação libertadora e diferenciada. Confira!
Como surgiu esse método?
Em 1919, o artista, filósofo e cientista austríaco Rudolph Steiner foi convidado a fundar uma escola para os filhos dos funcionários da fábrica de cigarros Waldorf-Astoria. Para isso, ele utilizou o modelo de pensamento da antroposofia, que é uma forma de conhecimento filosófico que valoriza o ser humano e o seu conhecimento da natureza e de si mesmo. Essa foi a base de toda a pedagogia Waldorf, como foi chamada.
Como funciona a pedagogia Waldorf?
A base desse método pedagógico é o autoconhecimento e o conhecimento da natureza. A forma de conhecer, isto é, de aprender, acontece por meio da vivência, e não apenas por informações e conteúdo. As experiências dos alunos, principalmente de 0 a 14 anos, são mais valorizadas do que o raciocínio lógico ou a capacidade de decorar matérias.
Também não há repetência, pois acredita-se que o conteúdo aprendido deve estar em sincronia perfeita com a idade da criança. Não há provas, e o único método de avaliação é um relatório por escrito sobre cada criança, que descreve suas características individuais e o nível de maturidade.
A pedagogia Waldorf divide o ensino em ciclos de 7 anos. Vamos entender melhor essa parte:
Primeiro ciclo (0 a 7 anos)
Nessa fase, entende-se que a criança deve aprender atividades motoras (ação e brincadeiras) e desenvolver uma noção rica do espaço que a cerca. Os professores devem encorajá-la a descobrir e apreciar a natureza e o meio em que vive, sempre buscando uma sintonia com ele.
Segundo ciclo (7 a 14 anos)
Nessa fase, a criança aprende o conteúdo de uma forma que desenvolva sua relação com a autoridade. Não a autoridade no sentido pejorativo da palavra, mas no sentido necessário para a organização social.
Ela deve reconhecer a autoridade nos pais e nos professores, pois na pedagogia Waldorf, acredita-se que uma criança que seja submetida a regimes de autoridade muito severos pode acabar percebendo o mundo como opressor e assustador.
Por outro lado, sem um mínimo de rigidez no dia a dia, a criança não é capaz de reconhecer autoridade e acaba por desrespeitar o limite das outras pessoas. Dessa forma, ela pode apresentar até um quadro de crise de identidade.
Terceiro ciclo (14 a 21 anos)
Aqui começa a adolescência. Esse é um tempo de afirmação e também de crise de identidade e ruptura com as autoridades reconhecidas na fase anterior. Época de descobertas e experiências, é nessa fase que o adolescente constrói a sua identidade, muitas vezes negando tudo que lhe é apresentado. Saber quem ele não é pode ser o primeiro passo para descobrir quem ele realmente é.
É curioso que, só a partir dessa fase, o computador é utilizado em sala de aula. Acredita-se que o elemento lógico-simbólico (a forma como nós, seres humanos, transformamos o conhecimento em símbolos e ideias intelectuais) deve ser a última fase do aprendizado. Por esse mesmo motivo, é só nesse terceiro ciclo que a ciência (física, química e biologia) passa a fazer parte do currículo escolar.
Qual é o grande diferencial?
Segundo a opinião de alguns pais, a pedagogia Waldorf forma jovens com vasta cultura, criatividade e capacidade de concentração. Por causa do envolvimento dessa teoria com as artes (que são ensinadas desde cedo), é comum que as crianças Waldorf apresentem uma profunda sensibilidade.
E você? Conhece alguém educado pela pedagogia Waldorf? Tem alguma experiência educativa que queira compartilhar? Deixe um comentário!
